Revista de terror publicada pela extinta Editora Taika nas décadas de 60 e 70, possuia um considerável, ainda que irregular, repertório de histórias, foi em terras brasileiras que o príncipe das trevas alçou seus mais altos vôos em singulares narrativas, devendo-se a isso muita ousadia e certa falta de critério na elaboração das tramas pelo trio Helena Fonseca, Francisco de Assis e Maria Aparecida de Godói. Autores que conferiram ao vampiro uma personalidade única, forte e diferente das demais caracterizações. Ao contrário do que Marv Wolfman faria na Marvel, os autores brasileiros se afastaram do universo de Stoker e dos paradigmas vampirescos, reinventando o personagem que, caminhando de forma autônoma, pode ser utilizado nas mais inusitadas situações.
As histórias publicadas pela Taika o caracterizavam como sacana e divertido, ao mesmo tempo em que era a própria encarnação da maldade. Sua violência, vaidade e egocentrismo se desenvolviam nas aventuras, em planos mirabolantes (nada infalíveis) para tornar-se cada vez mais poderoso e assim infligir maiores tormentos aos seres humanos. Não tinha nenhum sentimento de culpa ou amargura por sua condição de vampiro. Sua presença causava medo nas vítimas e ele não tinha nenhum charme sedutor, muito pelo contrário. Seu aspecto era velho e mofado. Os roteiros geralmente tinham um tom irônico, mas mantinham sua atmosfera de maldade presente. A continuidade bem estruturada era fiel às características principais desse Drácula, mesmo que freqüentemente algumas liberdades fossem tomadas para efeito narrativo. Criava-se assim uma identificação com o leitor, mantendo interesse.
Ainda que outros desenhistas, como Juarez Odilon e Eugenio Colonnese , tenham dado forma às feições do vampiro nas publicações da Editora Taika, foi o traço do prolífico artista italiano Nico Rosso que mais se adequou à personalidade criada pelos roteiristas. O vampiro de Rosso tinha rosto longilíneo, grossas sobrancelhas arqueadas conferindo-lhe sempre um semblante maldoso, nariz adunco, cabelo em v e presas pontudas sempre proeminentes. Vestia antiquado terno preto e a famosa capa, imortalizada nos filmes pelos atores Bela Lugosi e Christopher Lee.
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Scans e Restauração de Fernando Thomazzi | Scans de Carlos A. Miranda Restauração de Quadrideko |
Perfeito! Mas, acredito que deve haver mais digitalizações dessa série! Completar me parece quase impossível! A não ser pelas mãos de algum colecionar bem mais antigo e entusiasta do assunto!
ResponderExcluirExistem algumas digitalizações de algumas edições da Taika, mas infelizmente, desta série do Drácula são muito mais raras ainda. Fica aqui o convite para que algum destes colecionadores entusiastas possa compartilhar mais algumas destas es edições.
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